O que comemorar no dia do Maçom, em 2023?
A palavra “comemorar” significa relembrar, recordar, trazer à lembrança, em grupo ou juntos. Com esse sentido, comemorar o “Dia do Maçom” é reconstituir fatos e acontecimentos que, ao longo dos últimos séculos, maçons, alguns célebres, mas sobretudo milhares de anônimos, efetivaram na história, para o bem e para o progresso da humanidade. É difícil pensar na evolução cultural e social do homem sem levar em consideração as profundas contribuições da maçonaria nos eventos mais relevantes da história do Brasil e de outros países, como o México, EUA, França e Inglaterra, por exemplo, entre outros países.
Rememorar essas intervenções objetivas da maçonaria na realidade brasileira dos últimos duzentos anos não é uma exarcebação do sentimento da vaidade, nem tampouco uma “massagem do próprio ego”. Relembrar e se orgulhar de exemplos de dignidade, equidade, caridade, coragem e engajamento como suporte da prática das virtudes fundamentais é manter sempre viva a tradição mais nobre desta Instituição que tem como pauta permanente a difusão e aplicação dos mais elevados princípios de moral e da ética.
Nos dias de hoje, um diagnóstico honesto e transparente do contexto nacional atual, sobretudo no que diz respeito aos interesses coletivos e públicos, em termos de intensidade, o resultado é contraditório com a velocidade e os avanços progressistas registrados no passado, quando a maçonaria não foi a única participante, mas ocupou um lugar de destaque entre os protagonistas. O ritmo do inverso é mais veloz que o das conquistas humanistas expressas pelos símbolos impressos nos standarts das Lojas. As tradições – valores perenes e universais – estão sendo vilipendiadas por forças corruptoras dos princípios inalienáveis da plenitude e integralidade do ser verdadeiramente humano. Por aquilo que destrói e aniquila os valores morais substanciais da família, do Direito Natural e, sobretudo, da liberdade de pensamento e expressão.
A Maçonaria é uma energia/força social e filosófica que nunca adormece, todavia é suscetível de atravessar períodos de palidez. Seu combustível para o movimento é a união entre os irmãos e por sua vez, entre as Lojas. União essa pautada na livre crítica interna e, principalmente, no fomento e liberdade na busca do conhecimento como pedras cúbicas do edifício da sabedoria. Maçom ilustre não é aquele que transborda eloquência parnasiana, nem tampouco aquele pautado pelo constante e cômodo silêncio, representante muitas vezes de um perfil distanciado e descompromissado com o que ocorre em sua volta, seja na Loja ou na sociedade envolvente. As Lojas são as células do organismo institucional e este a alavanca potencial das transformações constantemente almejadas e necessárias, seja no próprio indivíduo, em si, ou no corpo social.
Sendo esse o estado das coisas atualmente, comemorar o “Dia do Maçom” é, antes de mais nada, refletir sobre o presente, comparar a atividade institucional realizada com o que nos dispomos a fazer hoje, como maçons. Nos cabe, no presente, escolher entre a passividade perante os fatores corrosivos que ora nos cercam ou partir para a ação, revigorando as energias que nortearam nossos antepassados e que, a nós, hoje cabe celebrar como herança e legado por nós herdado.
Revigorar e vivenciar pessoalmente o elenco de valores que são os componentes da estrutura institucional, por em prática a doutrina da Ordem, dentro e fora das Lojas, praticar a caridade de forma anônima e a solidariedade aos irmãos necessitados é estar celebrando diuturnamente o Dia do Maçom.
Gilson Rodolfo Martins
Secretário de Educação e Cultura – GOB MS