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131 anos da Proclamação da República,

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PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

No próximo dia 15 de novembro, a sociedade brasileira estará completando 131 anos sob o regime político de República Federativa, diferente da Independência do Brasil, não podemos dizer que a mudança de Monarquia para República foi encabeçada pela Maçonaria, o crédito deve ser dado às Forças Militares. O fato é que havia vários e poderosos Maçons envolvidos no processo, mas a Instituição não! A Monarquia estava passando por um momento muito complicado, tendo oposição ferrenha dos prejudicados pela Abolição da Escravatura (13/05/1888), a Questão Religiosa (1872-1875 muito interessante o estudo para a Cultura Maçônica) e o pior de todos os problemas, a chamada Questão Militar. A própria Monarquia estava se esfacelando, o Imperador doente, a inoperância dos Ministros, os ataques da imprensa e desde 1870 já haviam grupos que se reuniam para discutir sobre a implantação da República. Nesta época podemos dizer que 70% da elite da sociedade brasileira eram Maçons e daí surgirem as teorias que davam a paternidade da Proclamação da República à Maçonaria: Quintino Bocaiúva, político fluminense (Maçom), Saldanha Marinho, político de origem pernambucana (Maçom), Silva Jardim, absolutista (Maçom), Campos Sales, chegou à Presidência do Brasil (Maçom) e os ministros da primeira gestão republicana eram Maçons, a saber: Aristides Lobo (Interior); Benjamim Constant (Guerra); Campos Salles (Justiça); Demétrio Ribeiro (Agricultura); Eduardo Wandenkolk (Marinha); Quintino Bocaiúva (Transportes) e Rui Barbosa (Fazenda). De concreto a única manifestação que possa ligar a Proclamação à Instituição Maçonaria foi um manifesto assinado por Saldanha Marinho que na época era Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil. Logicamente as Lojas estavam polvorosas com a situação política vigente, mas não tomaram frente ao movimento. Isto não deve diminuir nosso orgulho pelo acontecido, como já escrevi, vários e poderosos Maçons estavam envolvidos no processo, todos que citei, merecem dos Irmãos uma pesquisa, para conhecerem sua biografia e exemplos de condutas maçônicas. Destaco o “proclamador”, Manuel Deodoro da Fonseca, alagoano, nascido em 05 de agosto de 1827, que aos 16 anos entra para uma escola militar e 5 anos depois já esta em combate, participando da Revolução Praieira (1848 a 1850), sua patente era de Tenente, vindo a participar de vários combates com louvor, participou da Brigada Expedicionária ao Rio da Prata, o Cerco a Montevidéu e a Guerra do Paraguai (1864 a 1870) onde não morreu, mas perdeu a saúde. Foi também governador do Rio Grande do Sul, Presidente do Clube Militar, sua capacidade militar, bravura e liderança o fizeram Marechal. Com 46 foi iniciado em nossos Augustos Mistérios na Loja Rocha Negra do Oriente de São Gabriel – RS. O Irmão Deodoro era um monarquista de corpo e alma, mas acima disso, tinha a consciência maçônica que devemos ser bravos para com a verdade e que a instabilidade política vivida na época poderia levar o país a um caos maior. Mesmo doente, foi à frente da tropa, proclamou a República, tornou-se seu primeiro presidente; sugeriu o modelo da Bandeira Nacional, tornou-se Grão Mestre do GOB. Mas apesar disso tudo, sofreu muitas pressões e deixou o governo 9 meses após sua proclamação. Morreu com apenas 65 anos, mas seu legado será eterno. Para reflexão, destaco a última estrofe do Hino da Proclamação da República:
“Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!”

No Museu da Força Expedicionária Brasileira há uma frase que deve nos inspirar: “Conspira contra sua própria grandeza, o povo que não cultua seus feitos heróicos”.
 
Obra de autoria do irmão Quirino, membro da GLEMG.

Nelson Vieira**Secretário Estadual de Educação e Cultura do GOB-MS, membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul, correspondente da Academia Rio Grandense de Letras – RS, da Academia de Artes, Ciências e Letras – POA, da ARLS – Aurora II, n.º 2017 e membro da Associação Internacional de Poetas.